Selic de 14,75% ao ano é a mais alta em quase 20 anos

A taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, atingiu o patamar de 14,75% ao ano, tornando-se a mais elevada em quase duas décadas. A decisão foi tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa em 0,5 ponto percentual, dando continuidade ao ciclo de aperto monetário iniciado em março do ano passado.
De acordo com comunicado divulgado pelo Banco Central, a elevação da Selic visa conter as pressões inflacionárias que persistem na economia brasileira. O último aumento levou a taxa ao maior nível desde meados de 2006, quando o país enfrentava outro período de combate à escalada de preços.
O Copom justificou a decisão citando a deterioração das expectativas de inflação para os próximos anos, que continuam se distanciando das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Além disso, o comitê mencionou preocupações com o cenário fiscal do país e com o aquecimento do mercado de trabalho, fatores que têm pressionado os preços.
"O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2025", afirmou o BC em seu comunicado oficial.
Economistas do mercado financeiro avaliam que o ciclo de alta ainda não chegou ao fim. Segundo a última pesquisa Focus, a expectativa mediana é de que a Selic encerre o ano em 15,25%, com mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual nas próximas reuniões do Copom.
O impacto da elevação dos juros já é sentido em diversos setores da economia. O crédito mais caro tem desacelerado o consumo e os investimentos, afetando especialmente o mercado imobiliário e a indústria. Por outro lado, as aplicações de renda fixa tornaram-se mais atrativas para os investidores, com rendimentos que superam significativamente a inflação projetada.
Para as famílias brasileiras, o cenário de juros elevados representa um desafio adicional. O endividamento tem crescido, e a inadimplência atinge níveis preocupantes, especialmente nas modalidades de crédito mais caras, como cartão de crédito e cheque especial.
O governo federal tem manifestado preocupação com o nível dos juros e seus efeitos sobre o crescimento econômico. Representantes da equipe econômica argumentam que a política monetária restritiva pode comprometer a recuperação da atividade econômica no país, que já enfrenta desafios significativos após os impactos da pandemia.
Analistas projetam que o início do ciclo de queda da Selic só deverá ocorrer quando houver sinais mais consistentes de que a inflação está convergindo para a meta. A expectativa é que isso aconteça apenas no segundo semestre do próximo ano, dependendo da evolução do cenário econômico doméstico e internacional.
Fonte: Infomoney
Se você ficou com alguma dúvida ou quer mais informações, não hesite em nos contactar. Estamos à disposição para ajudá-lo.
Entre em contato:
- Email: contato@andrehummel.com.br
- Telefone: (41) 98805-8779
- Site: https://andrehummel.com.br/